Uma das franquias mais famosas e icônicas no mundo dos jogos, com certeza é a franquia Final Fantasy, da Square-Enix. Esta franquia em questão, nasceu em 1987, sendo que seus títulos não possuem ligação um com os outros, apesar de serem enumerados, mas fornecendo sempre experiências diferentes de um título para o outro. Final Fantasy sempre apresentava alguma mudança em sua história que envolvem como tema, os cristais, trazendo sempre personagens que o público ama, tal como também trazendo mudanças e inovações em seu gameplay, e com o 16º título da série essas mudanças não seriam diferentes. E com Final Fantasy XVI (FFXVI), a Square-Enix realiza a estreia desta na nova geração de consoles, sendo lançado primeiramente para PlayStation 5, e mais tarde para PC.
Final Fantasy XVI nos leva até Valisthea, um mundo do qual é formado pelos continentes gêmeos Tormenta, que fica a Oeste, abrigando o Ducado de Rosaria, a República de Dhalmekia e o Sagrado Império de Sanbreque, enquanto o lado Leste, fica o continente Cinza, do qual abriga o Reino de Waloed. Existindo também o Reino de Ferro, uma nação situada em um arquipélago próximo da costa de Tormenta, onde os habitantes e seu reinado veneram os Cristais-Máter. As nações de Valisthea vivem em conflitos, principalmente Sanbreque e Waloe, e a razão de tais conflitos são os Cristais-Máter, que são gigantescos cristais que dão prosperidade às cidades ou impérios que são construídos ao redor dos mesmos, transformando terras mortas em totalmente férteis que transbordam vida.
E no meio disso tudo, existem os Dominantes, que são pessoas capazes de hospedar e usar o poder de entidades divinas, os Eikons (em outros títulos da série podem ter esse mesmo nome, são chamados também de Invocações, Espers, Astrals, ou Primals, variando de título para título), dos quais possuem um grande poder de fogo, podendo inclusive varrer uma nação em um piscar de olhos. Além disso, há os Portadores, que são outro tipo de pessoas capazes de usar magia sem usar os Cristais-Máter, sendo que estas pessoas são normalmente escravas, possuindo uma marca em seus rostos representando tal posição.
Em XVI, seguimos a história de Clive Rosfield, príncipe da coroa de Rosaria, onde ele é o Escudeiro e tem o dever de proteger o seu irmão, Joshua Rosfield, o Dominante da Fênix, e herdeiro do trono de Rosaria. O Rei, e pai deles, Elwin Rosfield, parte em direção ao Portal da Fênix, junto de Joshua, para buscar o conselhos de seus ancestrais, antes de entrarem em Guerra contra o Reino de Ferro.
No Portal da Fênix, Clive, Joshua, Elwin e seus homens são atacados por Sanbreque, com Elwin sendo morto por um guarda, e Joshua acaba vendo seu pai morrer em sua frente. Joshua entra em frenesi e se transforma na Fênix, mas um segundo Eikon de fogo surge, e entra em combate com Joshua, matando-o. Após tais acontecimentos, é descoberta uma traição da própria Rainha, que deu informações ao império de Sanbreque.
Com seu pai e irmão mortos, e traído pela sua mãe, Clive vira um Portador de Sanbreque. E após 13 anos dos acontecimentos do Portal da Fênix, Clive vai para uma missão de capturar a Dominante de Gelo do Reino de Ferro, para fortalecer o império, mas algo acontece e que faz com que ele comece a revirar o passado e tente entender o que realmente aconteceu naquele dia, fazendo-o desafiar até mesmo o destino que fora imposto a ele.
Nesta 16ª instância de Final Fantasy, apesar das raízes da franquia ser totalmente virada para o gênero RPG, neste jogo em questão, foi adotado um gameplay de Ação com batalhas em tempo real com poucos elementos RPG, como sistemas de nível do personagem e equipamentos (sendo que poucos equipamentos afetam o gameplay), abandonando assim, as batalhas por turno. Diferente de outras instâncias, onde podíamos comandar nossos membros da equipe a realizar certos comandos, neste, só controlamos Clive, e os demais membros da equipe são controlados pela Inteligência Artificial do próprio jogo. Com este novo gameplay, podemos utilizar as habilidades dos Eikon em tempo real, sendo possível equipar até 3 Eikons com 2 habilidades cada um, podendo inclusive misturar as habilidades de um com o outro.
Todos os Eikons dos quais adquirimos no jogo, possuem uma habilidade característica que é utilizada ao pressionar o botão Círculo, variando de Eikon para Eikon. Um exemplo disso é, ao pressionarmos o botão enquanto estivermos usando os poderes da Fênix, é dada uma investida contra o inimigo, já usando a Garuda, nós puxamos monstros mais leves para próximos de nós, mas se forem inimigos grandes, nós pulamos para o Ar, fazendo um rodopio. Porém, caso o inimigo esteja com metade da barra de atordoamento, é possível puxa-lo até o chão, deixando-o atordoado por um curto período.
As habilidades dos Eikon podem ser compradas utilizando os “Pontos de Habilidades”, que ganhamos após matar vencendo batalhas contra monstros ou chefes. Tais habilidades possuem normalmente três níveis. O primeiro, “Aprendido”, o segundo “Aprimorado”, e o terceiro “Dominado”, permitindo utilizar a habilidade de um Eikon em outro, por exemplo, usar o Ataque Tórrido da Fênix, porém no slot de habilidades da Garuda. As habilidades básicas dos Eikons custam uma baixa quantidade de Pontos de Habilidades, porém habilidades “supremas”, como podemos dizer, necessitam normalmente de uma quantidade de pontos muito maior para adquirir e masterizá-la.
A barra de atordoamento, deixa o inimigo mais exposto ao dano quando ela é totalmente esvaziada. Normalmente, os inimigos que a possuem, são inimigos maiores ou chefes. A barra possui uma divisória no meio, que ao “alcançar” a divisória, podemos utilizar certos Eikons para atordoar o inimigo por um breve período. Já ao esvazia-la completamente, nos dá alguns segundos para soltarmos quantas habilidades e quanto dano conseguirmos causar no inimigo, ficando o mesmo inerte, que vai aumentando o multiplicador a cada habilidade desferida no inimigo, até o mesmo recuperar por completo a sua barra de atordoamento.
Um dos brilhos de Final Fantasy XVI são as batalhas de Eikon contra Eikon em determinados momentos da história. Tais batalhas são grandiosas e colossais, retratando muito bem o poder de destruição que um Eikon detém. Quando estamos controlando tais seres durante batalhas, podemos sentir o peso ao movimentá-lo, sendo um pouco lento, a tela chega até a tremer um pouco com os seus movimento. As batalhas de Eikon são batalhas que acabam surpreendendo o jogador da primeira vez que presencia, e continua a surpreender nas demais que acabam vindo durante a história, tanto que, ficamos inclusive com um gostinho sempre de “quero mais”.
O continente de Valisthea é repleto de vida, tal como os vilarejos que visitamos durante a nossa jornada, como também podemos presenciar o que os Cristais-Máter podem fazer e proporcionar às cidades e vilas, mas nem tudo sendo flores. Pois há a Praga, um acontecimento que vem sugando o Éter por onde ela passa, deixando os locais totalmente inabitáveis e impossibilitando que qualquer vida possa surgir nesses locais.
Enquanto jogamos, é possível acompanhar o interesse de cada nação da qual nos é apresentada, exibindo até mesmo seus conflitos internos e os seus respectivos jogos políticos para conquistar mais território e Cristais-Máters, utilizando até mesmo seus aliados para a sua própria vantagem.
Durante o jogo, temos um mundo dividido em regiões não conectadas, sendo possível viajar rapidamente entre elas através de Obeliscos ou para outros locais dentro da própria região onde nos encontramos. Cada região possui uma área de um tamanho considerável a ser explorada, como pequenas vilas espalhadas com seus aldeões, um paraíso no meio de um deserto, vilas abandonadas ou destruídas pelas guerras ou pela Praga.
O desenvolvimento do mundo de Final Fantasy XVI é ampliado até as suas missões secundárias, pelas quais conseguimos explorar e ver um pouco mais do desenvolvimento de personagens secundários que conhecemos durante nossa jornada, ou até mesmo conhecer novos personagens que fazem parte do passado de tais personagens. Algumas das missões secundárias estão ali para mostrar outros acontecimentos no decorrer da nossa campanha pelo jogo, porem a forma de como fizeram, foi muito similar a de gêneros MMORPG, onde conversamos com NPC, temos que ir matar o monstro ou investigar um local, e voltamos no NPC inicial para entregar a missão, o que acaba por se tornar monótono tal estilo de conteúdo secundário, sendo que as missões paralelas que realmente dão um desenvolvimento maior são pouquíssimos.
E um outro tipo de conteúdo secundário que fez fama no Final Fantasy XII é trazida de volta no XVI, as Caçadas, ou Hunts no original. Tal tipo de missão secundária é para caçarmos monstros que se destacam pela sua força, utilizando-se de pequenas dicas que Cartaz de Caçar nos fornece, como um trecho de história do que ele vem causando, aonde fica o seu habitat e um desenho do monstro em questão. As caças começam no Rank C, dos mais fáceis, e vão até o Rank S, que são as mais difíceis, e tal Rank não nos fornece tantas dicas ou imagem do monstro, só nos é dado a região onde o mesmo habita. Apesar de ser incluída neste título, as caçadas não são tão elaboradas como eram no XII, onde também eram necessário um trabalho a mais além de só seguir dicas, mas completar uma outra série de tarefas durante uma mesma caçada para conseguir chegar até a caça.
A jornada por XVI início ao final do jogo foi inteiramente no modo Qualidade, almejando uma qualidade gráfica maior, porém ao custo dos FPS não serem totalmente fixados nos 30. Durante a exploração nas áreas em aberto do jogo, foi possível perceber que o jogo consegue se manter bem no desempenho contínuo, porém ele acaba por sofrer algumas quedas de FPS ao entrar em cidades ou vilas que temos no jogo.
Apesar de jogar neste modo, durante as batalhas os quadros se mantinham bem firmes, sendo que quando o mesmo caía, rapidamente voltava. Em uma certa parte mais avançada do jogo, houve uma queda brusca de quadros em uma batalha que persistiu por um certo tempo, sendo possível sentir até mesmo que a resolução do jogo caiu junto com os quadros de uma forma drástica, ficando até um pouco borrada a imagem. A resolução e os quadros só voltaram após o término da batalha, tal acontecimento deve ter ocorrido devido a muitos elementos que haviam na tela, tal como também o que estava ocorrendo ao redor do local onde estávamos.
Realizei alguns testes posteriormente usando o modo desempenho, porém nesse modo temos uma resolução bem menor quando comparada ao modo qualidade, e tal queda de resolução não vale tanto a pena só para almejar os 60 FPS, que também caem quando estamos na cidade.
Final Fantasy XVI brilha ao mostrar que uma franquia da qual nasceu como RPG, também consegue nos entregar uma boa experiência como um jogo de ação com a mudança de seu gameplay. E apesar deste título possuir uma história principal muito bem trabalhada, não se pode dizer o mesmo para o seu conteúdo secundário, do qual são poucos que realmente entregam uma boa qualidade.
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Cópia do Jogo adquirido pelo redator para PS5.